Vivemos dias de mudança no comportamento político do brasileiro. Estou dizendo dias, mas que devem ser entendidos como anos ou mesmo décadas. Estamos em um momento crucial para a consolidação das nossas instituições que são frutos de algo que cognominamos democracia no ocidente judaico-cristão, óbvio. Assim, sempre é hora para pensarmos em um assunto tão delicado e complexo.
É quase impossível trazer à baila todos os fatores que envolvem o jogo da política, principalmente em um país que modificou sua estrutura de representação tantas vezes nos seus 189 anos de Estado nacional autônomo. Passamos pela monarquia constitucional dos Pedros; pela república regada a café com leite; pelo estado trabalhista-autoritário-democrático- reformista Varguista; pela nossa “amada e idolatrada”, tacanha e famigerada ditadura militar; enfim, a chamada redemocratização e o sistema presidencialista-democrático-republicano em que vivemos. É por essas e outras histórias que nossa política é algo tão complexo, sem contar o vasto território. São muitos anos de instabilidade e mudanças nos salões do poder; direitos conquistados, perdidos e reconquistados; manutenção de monopólios e de poder de alguns grupos em detrimento da sociedade como um todo. Contudo, passada a tempestade (?), um fato deve ser destacado: se nosso país é jovem (menos de 200 anos), nossa democracia é mais ainda (menos de 25 anos).
Baseando-se nesta última assertiva, é difícil cobrar maturidade em nosso comportamento político. Bradar palavras bonitas como cidadania e democracia não é o único caminho, tampouco dizer que somos um bando de alienados e que não sabemos votar. Devemos levar em consideração os longos anos da velha demagogia que ainda perdura em nossas ágoras, bem como o fato de que nossa democracia ainda se encontra na sua aurora se comparada a outras. São fatores que a ética segmentada tão cara aos poderes do Estado, à mídia e mesmo à iniciativa privada não conseguem dar conta. Tempo, paciência, reflexão e ação talvez sejam palavras de ajuda, não necessariamente nessa ordem, tampouco em suas dimensões literais, mas, na busca de sua essência.
Velha demagogia... Verde democracia... Assim caminha o gigante juvenil varonil filho da América portuguesa...
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