segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Densidade de pensamento é igual à massa crítica sobre volume de informação

           Nos últimos dias, a nossa mídia televisiva, comprometida que é com a verdade dos fatos, tem lançado uma campanha em repúdio à construção da hidrelétrica de Belo Monte no Pará. Estrelas de nível “global”, peritos em engenharia ambiental e engenharia de energia, encenaram uma preocupação filantrópica com o meio ambiente, populações indígenas e até com as gerações vindouras, preocupação esta nunca vista na história deste país.
            Pois bem, para além de todo o debate que pode e deve circundar o assunto de Belo Monte, que não é novo e envolve, além da questão ambiental, a presença do Estado brasileiro no território que lhe cabe e a seus cidadãos, outros fatos correlatos ao meio ambiente vêm ocorrendo nos últimos dias. De algumas semanas pra cá, de maneira tímida, a grande imprensa noticiava um vazamento de petróleo nas proximidades da bacia de Campos no Rio de Janeiro. Entretanto, após a intervenção do poder executivo e da polícia federal, bem como do trabalho incessante do jornalista Fernando Brito (Blog Tijolaço), a coisa mudou de figura e agora é público e notório que não se trata de um simples vazamento, mas de um acidente causado por imperícia da Chevron-Texaco. Ou seja, uma empresa estadunidense, que explora petróleo em nossas “terras”, não foi capaz de levar a cabo, de modo seguro, a atividade que lhe propicia exorbitantes lucros. A transnacional teria usado de um equipamento em condições precárias, além de alegar erros de cálculo referentes à perfuração da rocha no fundo do mar.
            Para além de toda a polêmica envolvendo as duas questões, que refletem também o cenário político nacional, o que fica é um estranhamento quanto ao modo pelo qual a grande mídia, inimiga incessante dos Blogs e do jornalismo independente, trata os assuntos relativos à ação antrópica em que o governo brasileiro e as empresas estrangeiras estão envolvidos. A Amazônia possui uma área de 5.500.000 Km2 e a hidrelétrica de Belo Monte inundará uma área de aproximadamente 600 Km2. O vazamento causado pela Texaco já é considerado o maior da história da exploração de Petróleo no país. Construir Belo Monte é também uma maneira de garantir a presença do Estado em uma região esquecida por governos anteriores, levando cidadania a pessoas que, ao fim e ao cabo, são de responsabilidade da União. A exploração do nosso petróleo pelas aves de rapina do empreendedorismo estrangeiro é também uma maneira de cometer pirataria, através do uso de um maquinário obsoleto e de uma mal calculada (ou mal intencionada) perfuração.
       Enfim, entre as diferentes densidades, do petróleo e da água, vão se constituindo as estratégias questionáveis do grande jornalismo que, por sua vez, dita as variáveis que deduzem uma fórmula de  pensamento (a)crítico médio e midiático. 

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